domingo, 3 de outubro de 2010

voltei

Quanto mais a gente vive, mais a gente emburrece.

Bom, depois de muito³ tempo sem postar nada aqui, vou postar mais uma das minhas "crônicas" amargas e mal humoradas sobre a minha vida, o sobre o que senti nos últimos dias :)
Anyway.

"Estava pensando que algumas coisas que vivemos hoje, deu indícios de como seria na infância. Ah, como eu adorava a infância! Só me preocupava em acertar a goiaba na pessoa certa quando ela estivesse passando na rua e decorar questões para a prova...
Quando somos pequenos, achamos tudo possível. Amarramos toalhas nas costas, subimos na estante e pulamos achando que somos o Super - Homem. Não temos medo, ou pelo menos noção disso, só de apanhar do pai e da mãe quando faziamos algo errado.
Riamos das pessoas que arrotavam na nossa frente, do tio gordo com a unha encravada, da tia-avó com bigodes... Hoje, temos nojo dos arrotadores de plantão, o tio já morreu e a tia-avó está nas últimas, mas você nem se dá ao trabalho de saber nada, além de esperar o pior...

Parece meio depressivo (e talvez seja de fato), mas sempre menciono o quanto estou cansada. Não existe nada real na vida adulta, as pessoas te usam, mentem pra você, te enganam. A impressão que dá é que nunca foram crianças que pulavam da estante com toalha nas costas...
Eu costumava ser a garotinha que sempre se apaixonava pelo menino que era apaixonado pela minha melhor amiga... Não acredito em coincidências, acredito em sucessão de erros...
Por que será que em toda a minha vida, desde bem pequena, todo o amor que eu dedico a alguém só serve de intermeio dessa pessoa chegar a outra, ou para tapar o vazio que alguém deixou?
Isso sempre aconteceu e se aos meus 9 anos eu tivesse entendido que isso aconteceria na minha vida para sempre, teria me empenhando melhor na tentativa de suicidio aos 12 anos...

O mundo se torna cada vez mais distante e as palavras cada vez mais distorcidas. Perdi a fé em tudo e em mim principalmente. As vezes quero acreditar que algum milagre possa acontecer na minha vida, mas acho besteira pura... Muitas vezes eu faço tudo o que eu posso e o que eu não posso para alguma coisa acontecer, para alguma coisa realmente dar certo, mas em vão.
E isso acontece a tanto tempo, que não é coincidência eu me sentir tão vazia agora... É uma sucessão de erros, erros que sempre cometo, erros que não sei ao certo quais são...
Não sei amar, não sei me relacionar, não sei estar bem com alguém; não presto nem para as coisas mais simples e instintivas, não presto como companhia, como amiga, nem para...
Me permiti ser apenas um objeto esse tempo todo, e agora, as vésperas de não ter mais capacidade nem para isso, não me resta muitas coisas em que investir...
Vou continuar sendo ridicularizada por querer certas coisas, vou continuar sendo humilhada pelas pessoas que amo, vou continuar sendo um passatempo divertido por algumas semanas e nada mais.
Nada de verdade: como me disseram com todas as letras, eu nunca fui nada.
E é quando você percebe, está como uma ostra, tão trancada na sua concha e tão incrustada numa pedra, que qualquer onda te assusta e a ideia de jamais ser descoberta, te conforta...

Hoje, eu gostaria de ter uma esperança, esperança de alguma mudança nisso tudo. Hoje, eu queria acreditar que algum dia eu terei sorte de me dar bem, seja lá com o que..
Mas acho que não tenho mais coragem de colocar a toalha nas costas e pular da estante, então vou continuar dentro da minha concha, talvez um dia alguém descubra a pérola que guardo aqui dentro; mas duvido disso, a intenção vai ser apenas me comer... LITERALMENTE."

2 comentários:

  1. Sinto-me como vc Lais! Sinto tanta falta da minha infância quando tudo era simples e fácil.
    Pelo menos a gente acreditava que tinhamos amigos e que eramos felizes, quando crescemos percebemos que não tinhamos e não temos e que as pessoas quando estão perto da gente é só por beneficio próprio. E quando as pessoas dizem que são felizes são só ilusões que elas caem, se elas acham que têm amigos estão erradas, se são bonitas um dia a beleza acaba e dinheiro não precisa-se nem comentar.
    Cada vez mais sinto-me um ser-humano;
    Pois sou um desolado, isolado e fracassado!

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  2. Complicada essa situação, né?!

    Quando crescemos tudo aquilo que era bom quando criança, se perde.
    Deve ser por isso que sou tão "imatura".

    O tempo nos deixa incrédulos.

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