segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Eu não ia reclamar se você chegasse assim de surpresa, como quem não quer nada, com olhar de quem quer tudo. Não ia suspirar de maneira escondida, não, ia gritar para os quatro ventos a falta que me faz, ia te abraçar, e não soltar, e me esconder, te esconder e alí ficar.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Deixa que a gente rema junto, olha pra mim que eu olho pra você. Você está a salvo aqui dentro, nesse bote cheio de buracos que eu sou, comigo.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Entramos no mundo sozinhos e saímos dele sozinhos. E tudo que acontece entre isso? Devemos a nós mesmos encontrar uma companhia. Precisamos de ajuda. Precisamos de apoio. Caso contrário, estamos nessa sozinhos. Estranhos. Desligados um dos outros. E nós nos esquecemos o quanto conectados estamos. Então, ao invés disso, escolhemos o amor. Escolhemos a vida. E por um momento nos sentimos um pouco menos sozinhos.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

escrever

Escrever não é apenas desenhar meras palavras num papel qualquer, e sim brincar com elas, fazer malabarismos e manipulá-las. É transformar o texto em algo visível, personificado de acordo com quem escreve. É se esvaziar de si mesmo e descarregar tudo aquilo que fica preso, dando um nó. As palavras são dedos que desatam esse nó, é um meio de fuga. É pra onde todos os que sofrem vão, onde todos os que amam encontram ouvidos para despejar todas as suas babaquices e devaneios românticos e melosos que ninguém quer escutar. É ser real, ser uma farsa, uma verdade e uma mentira, se transformar em personagens e se moldar a eles. Quem é feliz sorri, grita, esperneia. Quem ama sofre, e quem sofre escreve, escreve e escreve

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Ano novo, nada novo

Nos últimos anos eu fiz tudo direitinho. Roupa branca. Calcinha nova (nem sempre dava pra ser vermelha em função da logística dos shorts brancos). Lista de metas e pendurada na porta da geladeira. Sementinhas de romã na carteira. Tudo certinho. E, ainda assim, nada. Nadinha. Nem um tantinho de sorte que a Angelina Jolie não estava mais usando, nem um pouquinho da fama e fortuna que ficou pros filhos do Michael Jackson. Na-da.
Minha lista de metas na geladeira era tão útil quanto a de supermercado que ficava ao seu lado, sempre com as mesmas coisas pra comprar. Sempre ia ao supermercado precisando comprar tomates e queijo minas e voltava com 4 barras de chocolate. A mesma coisa com minhas metas, ficavam ali paradas, me lembravam de sair de casa com aquele tal objetivo e eu só voltava pra casa pra me pegar rabiscando carinhas tristes ao lado da lista pra mais um dia perdido, mais um dia sem metas, sem tomates, sem queijo minas.
Esse ano, entretanto, tinha decidido fazer as coisas diferentes (claro que comprei roupas novas, mas mais pela desculpa de poder ir ao shopping e gastar todo o meu dinheiro de uma vez só do que pela tradição). Resolvi não fazer simpatias e que não ia fazer uma lista. Nunca fui uma pessoa organizada, porque diabos algum dia eu pensei que uma lista de qualquer tipo daria certo pra mim? Fazer uma lista, pra mim, é quase como anotar num papel as coisas que eu, com certeza, não vou fazer. Meu cérebro entende tudo como psicologia reversa, vai ser uma maravilha pra traumatizar filhos (hipoteticamente falando, claro).
Enfim. Metas. As minhas eram até bem nobres para esse ano. Resolvi que ia ser uma pessoa mais paciente, mais compreensiva, mais madura, ia me irritar menos com as coisas e pessoas, resumindo, ia tentar ser uma pessoa melhor. Esse era meio que o objetivo até mais ou menos uns 5 minutos depois que o ano virou. Mas sabe o que? Ninguém nunca ganhou nada sendo bonzinho. Vejam Jesus Cristo, parecia um cara super gente boa, transformava água em vinho, fazia altas ceias pros amigos na sua casa, dava a cara a tapa, e o que ele ganhou? Nada. O pessoal foi lá sem dó, pregou o homem numa cruz e deixou ele horas e horas pagando peitinho até ele se emputecer com aquela porra toda e resolver ressuscitar logo pra acabar com a palhaçada. E Gandhi, Madre Teresa, Marthin Luther King, Clark Kent, todos esses, gente muito bacana, mas pessoal só deu valor pra eles mesmo depois de mortos, ninguém colheu frutos ai das suas bondades na terra, quer dizer, tirando Clark Kent que está eternizado ai nos filmes e pega várias mulheres, se bem que tem todo aquele lance de pessoal tentando matar ele com kriptonita né, viu só?
A diferença entre mim e o super-homem é só que eu nem vou me dar mais ao trabalho de tentar. Em 2011 eu não vou tentar ser nada além de: escrota. É isso mesmo. De todas as metas estúpidas que eu já tentei atingir na vida essa é a única que eu tenho certeza que vou conseguir cumprir e, por mais difícil que seja, prometo que vou colocar toda minha alma e esforço para conseguir alcançá-la.





Mentira, eu não consigo :(

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

o que é certo

Quer saber mesmo o que é certo? Não tem essa de certo ou errado, feio ou bonito. Certo mesmo é cuidar de quem se gosta, independente do que seja. Gosta? Então cuida. Ama? Cuide ainda mais, proteja, vá atrás, corra atrás. Eu não digo pra virar chiclete, que uma hora ou outra se desgasta, fica sem gosto e você sabe disso. Apenas fique perto, fique junto, é o mínimo que você pode fazer, é bonito, é doce, é leve, é gratificante, é amor.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

como sou

Sou como um livro. Há quem me interprete pela capa. Há quem me ame apenas por ela. Há quem viaje em mim. Há quem viaje comigo. Há quem não me entende. Há quem nunca tentou. Há quem sempre quis ler-me. Há quem nunca se interessou. Há quem leu e não gostou. Há quem leu e se apaixonou. Há quem apenas busca em mim palavras de consolo. Há quem só perceba teoria e objetividade. Mas, tal como um livro, sempre trago algo de bom em mim.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

para conhecer

Se você quiser saber como uma garota é, vá ao Orkut dela . Se você quer saber o que os outros pensam dela, vá ao Formspring dela . Se você quer saber onde está ela agora mesmo, vá para o seu Twitter. Mas se você quer realmente conhecer uma garota, vá para o seu Blog.

imperceptivel

E essa quantidade imensa de olhares e sorrisos soltos por aí que ninguém nota? Uma incontável junta de histórias, momentos, passados, presentes. Uma infinita carência, pedidos de socorro, de medo, de amor. Esperas, retornos, saudades, vontades. Seu vizinho também tem uma história e pode ser uma grande história; a pessoa que senta do seu lado num ônibus já sofreu desesperadamente de amor, a ponto de quase morrer por isso; o carinha da frente, na fila do banco, já esteve entre a vida e a morte; a caixa da padaria chora todas as noites por arrependimento e saudade; a vendedora daquela loja alí já viajou para outro país para conhecer a pessoa que se apaixonou pela internet, morre de amores por alguém e coleciona embalagens de bombons...
Você está amando, sorrindo, sofrendo, chorando. Sai na rua e não olha para os lados, atravessa a vida sem pressa ou com tanta que nem repara. Agora pergunta se alguém te vê?!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

contente-se

As vezes você conhece uma pessoa maravilhosa, mas apenas por um rápido instante. Talvez nas férias, numa fila de banco, num corredor ou num ônibus. E essa pessoa toca sua vida por um momento, de uma maneira especial. E, em vez de lamentar o fato de ela não poder ficar com você por mais tempo ou por você não ter a oportunidade de conhecê-la melhor, não é mais sensato ficar satisfeito por ter chegado a conhecê-la um dia?

sábado, 8 de janeiro de 2011

tired

O problema é que não sei fazer as coisas pela metade, ou é ou não é. Pode me chamar de chata, melosa, grudenta. Pode enjoar de mim, feito doce que perdeu o ponto e fica com o gosto impregnado na língua. Já me acostumei, todos enjoam. Eu tinha parado, tinha progredido, nem de telefone eu gostava mais. Aliás, não gostava de nada que mantivesse contato, carinho. Fria. É assim que me chamam, acabei acreditando. Mas ninguém vê o fogo alto que se esconde aqui, aceso, bonito, mas fechado dentro de um forno, que só quem põe o rosto perto consegue enxergar.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Adoro o cheiro, o mistério, os pensamentos, os olhares, a essência, o não saber, o pensar que sabe demais. Pessoas são estranhas, mas explorá-las pode ser a experiência mais satisfatória e arrebatadora. Por mais que não me dê tão bem socialmente, gosto de olhá-las, conhecê-las. É um mistério pra mim o que se passa por trás de cada olhar, é um labirinto que nunca tem fim, nem resposta. Não que eu queira desvendar, não, não cabe a mim, mas conhecer não arranca pedaço. Quer dizer, depende. Conhecer sem se envolver. Todos têm seus pedaços arrancados, diariamente, em todos os lugares. Somos todos feitos de restos, pedaços de outras pessoas, ninguém se constrói sozinho.

a gente sabe

Lá no fundo, bem lá no fundo, a gente sempre sabe quando gosta de alguém. Não precisa ninguém dizer, basta reparar nas coisas que escreve e que diz, nos olhares e sorrisos bobos que escorregam vez em quando. É o mesmo que balões coloridos que se misturam no azul do céu, de uma liberdade que mesmo inventada, é liberdade. Uma liberdade que é plena e verdadeira, que não pode ser guardada, se fosse guardada não seria.

sábado, 1 de janeiro de 2011

meu mundo

Gosto muito do meu mundinho aqui pra ter que dividir ele com qualquer pessoa. Gosto do meu desarrumado, do meu estranho e inesperado jeito de ser. Se você não provocar qualquer reação em mim, nem espere retorno, não sou movida a teorias, gosto de práticas. Não diga, faça. Gosto de conforto, mas perigo também é reconfortante as vezes. Do que adianta pular um muro sem furar o braço? O que vai ter pra contar? Como vai provar que pulou? Me provoque, não tenho medo de muros altos, muito pelo contrário, o que mais gosto de fazer é tentar destruí-los. Sou do tipo que corre atrás, se gosto. Se não vou, já sabe. Aliás, eu também quero que venham atrás de mim, eu gosto, preciso de vez em nunca. Dizem que o silêncio se hospeda onde não há palavras, mas não pela falta delas, e sim justamente pela fartura, por serem tantas que se atropelariam umas nas outras se tentassem sair todas ao mesmo tempo. Não me julgue pelo silêncio, que na verdade não é silêncio, é essa abundância de não saber como falar, é mais sentir do que dizer, se você sente, então não precisa que eu explique.