sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Ano novo, nada novo

Nos últimos anos eu fiz tudo direitinho. Roupa branca. Calcinha nova (nem sempre dava pra ser vermelha em função da logística dos shorts brancos). Lista de metas e pendurada na porta da geladeira. Sementinhas de romã na carteira. Tudo certinho. E, ainda assim, nada. Nadinha. Nem um tantinho de sorte que a Angelina Jolie não estava mais usando, nem um pouquinho da fama e fortuna que ficou pros filhos do Michael Jackson. Na-da.
Minha lista de metas na geladeira era tão útil quanto a de supermercado que ficava ao seu lado, sempre com as mesmas coisas pra comprar. Sempre ia ao supermercado precisando comprar tomates e queijo minas e voltava com 4 barras de chocolate. A mesma coisa com minhas metas, ficavam ali paradas, me lembravam de sair de casa com aquele tal objetivo e eu só voltava pra casa pra me pegar rabiscando carinhas tristes ao lado da lista pra mais um dia perdido, mais um dia sem metas, sem tomates, sem queijo minas.
Esse ano, entretanto, tinha decidido fazer as coisas diferentes (claro que comprei roupas novas, mas mais pela desculpa de poder ir ao shopping e gastar todo o meu dinheiro de uma vez só do que pela tradição). Resolvi não fazer simpatias e que não ia fazer uma lista. Nunca fui uma pessoa organizada, porque diabos algum dia eu pensei que uma lista de qualquer tipo daria certo pra mim? Fazer uma lista, pra mim, é quase como anotar num papel as coisas que eu, com certeza, não vou fazer. Meu cérebro entende tudo como psicologia reversa, vai ser uma maravilha pra traumatizar filhos (hipoteticamente falando, claro).
Enfim. Metas. As minhas eram até bem nobres para esse ano. Resolvi que ia ser uma pessoa mais paciente, mais compreensiva, mais madura, ia me irritar menos com as coisas e pessoas, resumindo, ia tentar ser uma pessoa melhor. Esse era meio que o objetivo até mais ou menos uns 5 minutos depois que o ano virou. Mas sabe o que? Ninguém nunca ganhou nada sendo bonzinho. Vejam Jesus Cristo, parecia um cara super gente boa, transformava água em vinho, fazia altas ceias pros amigos na sua casa, dava a cara a tapa, e o que ele ganhou? Nada. O pessoal foi lá sem dó, pregou o homem numa cruz e deixou ele horas e horas pagando peitinho até ele se emputecer com aquela porra toda e resolver ressuscitar logo pra acabar com a palhaçada. E Gandhi, Madre Teresa, Marthin Luther King, Clark Kent, todos esses, gente muito bacana, mas pessoal só deu valor pra eles mesmo depois de mortos, ninguém colheu frutos ai das suas bondades na terra, quer dizer, tirando Clark Kent que está eternizado ai nos filmes e pega várias mulheres, se bem que tem todo aquele lance de pessoal tentando matar ele com kriptonita né, viu só?
A diferença entre mim e o super-homem é só que eu nem vou me dar mais ao trabalho de tentar. Em 2011 eu não vou tentar ser nada além de: escrota. É isso mesmo. De todas as metas estúpidas que eu já tentei atingir na vida essa é a única que eu tenho certeza que vou conseguir cumprir e, por mais difícil que seja, prometo que vou colocar toda minha alma e esforço para conseguir alcançá-la.





Mentira, eu não consigo :(

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