“Ah! Se mata! Você nunca comeu nhoque!” ouvi essa
frase numa sexta-feira, quando saía de um shopping, em Jundiaí, interior de São
Paulo. Uma jovem senhora, no alto de seus 40 ou 45 anos, berrava ao celular,
notoriamente descontrolada. Apesar de bobo e até engraçado, só consegui rir do
comentário minutos depois, já que no primeiro momento todo mundo que estava em
volta só se preocupou em observar a briguenta ao celular. Com quem ela estaria
falando?
O mistério do nhoque me ocupou por algum tempo. A
frase, embora tola, saiu embebida num rancor genuíno, bradada como quem profere
uma praga ou insulto.
A conclusão é tão simples quanto a massa citada na
frase. Todos nós já tivemos um dia de tia do nhoque, proferindo alguma bobagem
ridícula com o intuito de ofender. Aliás, a tal mulher até ganhou uns
pontinhos. Pela raiva expressa em seu tom de voz, aquele “você nunca comeu
nhoque” queria dizer muitas coisas (impublicáveis).
Quantas vezes a gente não mostra o dedo no trânsito,
xinga muito no Twitter ou manda alguém para a puta que o pariu? A tia do nhoque
é só um exemplo do quanto a cabeça quente ferve nossos miolos e torna nossos
argumentos um tanto ridículos.
A gente discute sobre música e termina chamando a
outra pessoa de imbecil; cai numa crise de ciúme e acaba jogando na cara do
parceiro que o presente de Dia dos Namorados foi uma droga; rola uma desavença
com a mãe por causa da toalha em cima da cama e a gente garante que vai sair de
casa.
A cabeça quente, meus amigos, converte nossos
argumentos em nhoque!
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