quinta-feira, 21 de junho de 2012

Nhoque da discórdia

“Ah! Se mata! Você nunca comeu nhoque!” ouvi essa frase numa sexta-feira, quando saía de um shopping, em Jundiaí, interior de São Paulo. Uma jovem senhora, no alto de seus 40 ou 45 anos, berrava ao celular, notoriamente descontrolada. Apesar de bobo e até engraçado, só consegui rir do comentário minutos depois, já que no primeiro momento todo mundo que estava em volta só se preocupou em observar a briguenta ao celular. Com quem ela estaria falando?
O mistério do nhoque me ocupou por algum tempo. A frase, embora tola, saiu embebida num rancor genuíno, bradada como quem profere uma praga ou insulto. 
A conclusão é tão simples quanto a massa citada na frase. Todos nós já tivemos um dia de tia do nhoque, proferindo alguma bobagem ridícula com o intuito de ofender. Aliás, a tal mulher até ganhou uns pontinhos. Pela raiva expressa em seu tom de voz, aquele “você nunca comeu nhoque” queria dizer muitas coisas (impublicáveis).
Quantas vezes a gente não mostra o dedo no trânsito, xinga muito no Twitter ou manda alguém para a puta que o pariu? A tia do nhoque é só um exemplo do quanto a cabeça quente ferve nossos miolos e torna nossos argumentos um tanto ridículos.
A gente discute sobre música e termina chamando a outra pessoa de imbecil; cai numa crise de ciúme e acaba jogando na cara do parceiro que o presente de Dia dos Namorados foi uma droga; rola uma desavença com a mãe por causa da toalha em cima da cama e a gente garante que vai sair de casa.
A cabeça quente, meus amigos, converte nossos argumentos em nhoque! 

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