Esse é último capítulo, o fim da história delas. Últimos capítulos podem ser chatos ou salvar vidas. Será que o casal vira livro de cabeceira? Ou as conversas confusas serão vendidas em algum sebo por 2 reais?
Os Beatles cantaram que no fim "o amor que a gente ganha é igual ao que a gente sente". A capa do livro que a estudante lia no ônibus decretava que “O único final feliz para uma história de amor é um acidente”. A geração MSN alterna entre: “você é minha vida” ou “você gosta demais de mim”. Paulo Mendes Campos explicou que o amor acaba, talvez entre um coração dependente passando por um café frio chegando a irritação eterna.
E a história do sábio par que começou a namorar no primeiro dia de abril, mas ser esperto e tranquilo não convencem o amor a ficar. A cada dia da mentira após o fim, é como se nunca tivesse acontecido. É complicado, todo ponto final quer ser reticências, deixando essa vontade de algo que ainda não foi vivido completamente, as possibilidades que não passarão de invenção, o filho que não nascerá, o show perfeito para vocês irem juntas...
Tem mulher que nunca mais atende o tal número que antes liberava adrenalina. "Love will tear us apart, baby". Tem gente que termina por e-mail. Há casal que nunca termina, apesar de saber que devia. “Todo carnaval tem seu fim” cantavam equivocadamente os Hermanos. Porque todo carnaval tem o ano que vem e a próxima roda de samba. Outro beijo perfeito pra você anda por aí distraído com algum copo de cerveja e a sensação de orgulho ao perceber que alguém tão incrível te ama vai acontecer de novo.
Mas para dar o próximo passo vamos observar como se mata um quase amor:
[...]
- Oi. Está dormindo?
- Que horas são? Aconteceu alguma coisa?
- Bebi aquela garrafa de vinho que você comprou pra mim.
E decidi que sua amiguinha não vai dá pra ser. Ou amantes ou nada.
- Porra! São quatro da manhã!
- Isso. E você é essa moça linda, incrível, independente...
Como são as mulheres que eu tenho medo de amar.
- As mulheres? Plural? Amantes? Será que o vinho estava estragado?
- A mulher que eu tenho medo de amar. Singular. Você, idiota!
- Medo? Eu só sou a mocinha mais solitária que já segurou uma taça de vinho.
Tantas conversas, tantos emails trocados...
Você sabe de todos os meus fracassos amorosos.
Já deveria estar macetiada em mim.
Você sabe de todos os meus fracassos amorosos.
Já deveria estar macetiada em mim.
- É sério. Para de fazer piada.
- Falando sério...
Acho que todo aquele frio que passei valeu a pena. De verdade.
Acho que todo aquele frio que passei valeu a pena. De verdade.
Essa iluminação que você teve... Está certíssima.
Completamente apaixonadas uma pela outra ou nada.
- Que merda, garota! É a briga entre o quase amor e o medo puro.
O amor está perdendo no melhor estilo Vitor Belfor para o Anderson Silva.
- Com um lindo chute no rosto. Pobre Vitor, pobre amor.
- Mas nós duramos mais que os 3 minutos daquela luta.
- Sabia que o solo de Machu Picchu se move um centímetro por mês em
direção ao abismo?
direção ao abismo?
Vai sumir! A cidade inteira anda, enquanto nós nunca saímos do lugar.
Nós duas, as maníacas compulsivas pelo futuro do pretérito.
- A gente se amaria de verdade? Daria certo por quanto tempo?
Haveria alegria além dos 90 minutos? Eu sempre me pergunto isso.
Você não?
Você não?
- Eu teria passado o resto da vida fingindo gostar do seu péssimo gosto para
filmes, baby.
filmes, baby.
- Acho que deixaria você colocar o nome do nosso filho de Chico, meu amor.
- Sem “meu amor”, por favor.
Porque se vamos falar sério, as quatro da madrugada, seria bom parar com as mentiras e os vícios de linguagem usados para levar alguém pra cama.
Porque se vamos falar sério, as quatro da madrugada, seria bom parar com as mentiras e os vícios de linguagem usados para levar alguém pra cama.
- Não fala comigo como se eu não fosse a única aqui a te ligar e te procurar.
Como se eu não tivesse lutado por você.
- Não lutou e tudo bem.
Esse tipo de coisa não se pede, como a dedicatória de um livro.
Esse tipo de coisa não se pede, como a dedicatória de um livro.
A primeira página pode estar cheia de afeto e intimidade ou não.
- Gosto de você até quando fracassa na personagem de menor abandonada.
- Percebeu? Está indo... Está acabando.
- Não posso mais te ligar? E no MSN a gente ainda pode conversar?
- Se você sentir saudade...
Não adianta mensagem de texto, email ou escrever offline no MSN.
Se você realmente sentir falta de mim, faz tudo diferente e a gente toma aquele café.
Se cuida, garota.
- Hey, não seja assim tão dura com as palavras!
- Beijo!
[Fim]
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